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Associação premia emancipação feminina com Prêmio Amagis Mulheres

A Amagis realizou, nesta sexta-feira (31/3), na sede da Associação, a entrega da primeira edição do Prêmio Amagis Mulheres. A inciativa, criada no âmbito da Coordenadoria Amagis Mulheres, tem como objetivo valorizar e incentivar o desenvolvimento de projetos que promovam a defesa e a emancipação das mulheres, incluindo aquelas que vivem em situação de violência.

Foram premiados os projetos “Arquitetura da Periferia” (1º lugar), “Instituto Filhas de Sara” (2º lugar) e “Coletiva Mulheres da Quebrada” (3ª Lugar). De acordo com o regulamento da premiação, os recursos recebidos pelos vencedores devem ser revertidos integralmente para os respectivos projetos.



Em seu cumprimento aos presentes, o presidente da Amagis, juiz Luiz Carlos Rezende e Santos, ponderou que a vida tem mostrado não ser possível construir absolutamente nada sem utopia e que, esses sonhos, são aspirações de liberdade, igualdade e profundo respeito.

“O que está acontecendo aqui, hoje, na Amagis, é que as magistradas têm se colocado na posição que têm de estar: de profundo respeito à sua atividade e ao seu gênero. E, no dia a dia, estão me trazendo a alegria de ter todas as emoções e algo mais que, talvez, minha cultura machista do interior não me deu a chance de aprender”, salientou.





A juíza Roberta Chaves Soares, diretora da Amagis Mulheres, observou que, há pouco mais de um ano, a coordenadoria iniciou suas atividades com cinco integrantes, promovendo encontros com as magistradas e palestras, para, hoje, contar com o dobro de participantes e alcançando lugares que, antes, a coordenadoria não imaginava.

A magistrada também comentou sobre a relevância das propostas inscritas e o impacto de conhecer tantos projetos desenvolvidos em favor das mulheres. “Foi uma surpresa saber como tantas pessoas estão trabalhando na causa das mulheres. Doam seu tempo ao outro. E nosso tempo é muito precioso, pois temos obrigações familiares, no trabalho e colocamos tudo isso em primeiro lugar. E aqueles envolvidos nos projetos colocam o outro em primeiro lugar. E esse ‘outro’ são as mulheres”, disse.



A diretora de Comunicação da Amagis, juiz Daniela Cunha Pereira, disse que a iniciativa da premiação surgiu a partir da vontade de prestigiar e fortalecer projetos sociais ligados à defesa, fortalecimento e emancipação de mulheres. “A Amagis têm a clareza de que, além de ser uma Associação de classe, deve ser uma instituição consciente do seu dever de atuar na construção de uma sociedade mais igualitária e fraterna”, observou.

Ao comentar sobre a qualidade dos projetos participantes do prêmio, a magistrada ressaltou a relevância social de cada inciativa e a importância deles para a emancipação das mulheres. “As ações que vocês, generosamente, compartilharam conosco comprovam que o empoderamento das mulheres não se faz comprando itens de consumo, ações meramente individuais ou simplesmente pregando que mulher pode ser o que quiser, embora sim, a gente deveria poder ser o que quisesse”, afirmou.



Valorização

“Essa foi uma noite muito especial”, afirmou a vice-presidente da Amagis e da AMB, juíza Rosimere das Graças do Couto, para quem a Amagis Mulheres tem feito muito, não só para as Magistradas mineiras, mas, como demonstrou a premiação, também em favor de todas as mulheres. “Sejam todas e todos muito bens acolhidos na Amagis. Estejam certos de que todos aqueles que não foram premiados estão também sendo reverenciados por nós”, agradeceu aos participantes do Prêmio Amagis Mulheres.




Segundo a superintendente da Comsiv do TJMG, desembargadora Evangelina Castilho Duarte, que representou o presidente do Tribunal, desembargador José Arthur Filho, ações como o prêmio são importantes por valorizarem projetos criados por mulheres e dedicados a mulheres, particularmente àquelas que são vítimas de violência. “Iniciativas, como o Prêmio Amagis Mulheres, precisam ser incentivadas. Fazem parte do trabalho em rede feito com a sociedade, no qual todos trabalham interligados”, comentou.

Para a desembargadora Paula Cunha e Silva, integrante da Amagis Mulheres, premiações como a promovida pela Associação são importantes por representar a aproximação com a sociedade. “Nos abrimos para a necessidade, da própria sociedade, de mostrar e valorizar trabalhos realizados em defesa e pela autonomia das mulheres. São esses projetos que transformam e realmente operam as mudanças que precisam”, concluiu.

Aprendizado

A juíza Cibele Mourão Barroso de Figueiredo Olivera, que atua há oito anos na área de violência contra a mulher, disse que avaliar os projetos concorrentes ao prêmio foi um aprendizado. “Inicialmente, pensava que seriam inscritos apenas projetos voltados ao combate à violência contra a mulher. O prêmio me fez ver que nós, mulheres, temos direito à moradia, cultura, arte e diversão. Hoje, não quero mais só lutar contra a violência imposta às mulheres, quero lutar por direitos mais amplos e povoar novos locais”, afirmou.



Segundo a promotora do Ministério Público de Minas Gerais, Patrícia Habkouk, que também foi jurada do Prêmio, ao analisar as ações inscritas foi tomada pela emoção, não só pelo grande volume de projetos, mas também pela relevância deles. “Eram projetos importantes. Como essa inciativa é importante, pensei. Todas as finalistas merecem o nosso reconhecimento”, disse a promotora, que revelou ter aprendido um pouco com cada uma das inciativas que disputaram o Prêmio Amagis Mulheres.

Também participaram da solenidade, a representante da Comissão Ajufe Mulheres, juíza Fernanda Martinez Silva Schorr, a superintendente da Polícia Federal em Minas Gerais, delegada Tatiana Alves Torres, e a psicóloga e professora Cíntia Fagundes de Paula, integrante da Comissão Avaliadora da premiação.

O Prêmio Amagis Mulheres contou com o patrocínio da AMGS, comércio e representação de produtos hospitalares, e com o apoio do Instituto Viva e do Grupo Mulheres do Brasil – Belo Horizonte.



Conheça um pouco mais os projetos vencedores:

Arquitetura na periferia

A iniciativa visa à melhoria da moradia das mulheres que vivem em periferias, apresentando a elas práticas e técnicas de projeto e planejamento de obras. As participantes da inciativa recebem um microfinanciamento para que conduzam, com autonomia e sem desperdícios, as reformas de suas casas. Com isso, ao ampliar a capacidade de análise, prospecção, planejamento e cooperação, a iniciativa proporciona autonomia às participantes e favorece o aumento da autoestima e da confiança das mulheres.

Site: arquiteturanaperiferia.org.br

Instituto Filhas de Sara

O instituto trabalha em prol dos direitos de mulheres, principalmente, daquelas em situação de violência. O projeto atua no resgate da identidade de cada uma das mulheres, no rompimento do ciclo de violência e no apoio às famílias delas. São cerca de 400 famílias cadastradas e uma média de 120 atendimentos por mês. O Filhas de Sara oferece: acolhimento com assistente social, orientação e assistência jurídica em processos de divórcio, guarda de filhos, pensão alimentícia, dissolução de união estável e acompanhamento de Medida Protetiva. Também é realizado acompanhamento psicológico individual, em grupo e avaliação psiquiátrica.

Site: institutofilhasdesara.org


Coletiva Mulheres da Quebrada

A Coletiva Mulheres da Quebrada foi fundada em 2018 por Scheylla Bacelar, Sandra Sawilza e Simone Silva, com o lema "Ser mulher – ser território próprio". A coletiva é uma rede de integração sociocultural, voltada a construir e ressignificar a identidade da mulher negra por meio da arte, do afeto e do cuidado entre mulheres periféricas. São promovidos encontros para a formação de redes de apoio e suporte mútuo, oficinas e workshops de dança, teatro, poesia e saúde física, emocional e psíquica.

Perfil: instagram.com/coletivamulheresdaquebrada

Em breve, a Amagis vai divulgar mais informações de todos os projetos inscritos.


Integrantes da Coordenadoria Amagis Mulheres:


Juíza Roberta Chaves Soares (Diretora)

Juíza Aline Damasceno Pereira de Sena

Juíza Bárbara Lívio

Juíza Cláudia Helena Batista

Juíza Daniela Cunha Pereira

Juíza Juliana Mendes Pedrosa

Juíza Lívia Lúcia Oliveira Borba

Desembargadora Paula Cunha e Silva

Juíza Solange de Borba Reimberg

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